quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

CANTAREIRA I.

Cantareira I.

Canta, canta, Cantareira.
Deixa a seca pra lá.
Teu centro já está na beira.
A Chuva chegou cá.

( Lata d’água na cabeça, lá vai Maria.
Sobe o morro e não se cansa).

E a vaca mocha avoô por derriba da portera.
Caiu na ribanceira, se estrepô no cano
Recém divorciado da tornera.

Canta, canta Cantareira.
Lá vai Maria, sobe o morro e não se cansa.
( Cansá pa morde di quê? meu Sinhô?
  Sô filha dessa lambança.
  Aqui cão  vaza, cano ladra, 
  Logo Lota de Lata o Lote, meu sinhô!).


LUARES.

Vinte e Oito Dias.

Boa noite Lua Cheia!
Estás linda!
E a Noite não é feia.

Boa noite Lua Minguante!
Não fiques triste.
Só porque a Cheia veio antes.

Boa noite Lua Nova!
A moça que aqui estava,
Não mais está.
Recolheu-se à Alcova.

Boa noite Lua Crescente!
Cresce, Cresce......
Cresce e Ameniza...
A tristeza da gente.