Terra em Transe - 19/07/2020.
O planeta terra passa por intensa instabilidade. Pode a qualquer
momento entrar em colapso. Seu campo magnético desloca-se com certa
e imprevisível velocidade.
Em seu interior, movimentos antagônicos, assim como na crosta, são
as causas desta instabilidade. Observa-se que, a partir de seu
centro, metade gira num sentido, enquanto a outra metade no sentido
inverso. Isto está deformando o globo, ao ponto de torná-lo no
formato do número 8. À medida que este processo avança, chegará o
momento da ruptura, dividindo o planeta em dois. Devido os
giros antagônicos, ambos se distanciarão, até que as forças
gravitacionais reestabeleçam o equilíbrio e façam com que ambos
auto gravitem-se..
A parte maior manterá o formato original – esférico – . Nesta
habitarão todos aqueles que sempre disseram não aos descalabros.
Ali, estarão os obreiros, cientistas, artistas, escritores,
professoras(es) e demais seres do mundo vegetal, animal e mineral.
Claro que, com a mesmo topografia, suas águas e demais acidentes
geográficos. Antes que alguém diga que a partilha foi injusta,
esclareço que esta comunidade, além da massa física, carece de
espaço para guardar o conhecimento, a experiência, a solidariedade,
e o enorme arcabouço cultural armazenado através dos tempos, idos,
presente e quiça futuros. Friso destacar, indistintamente, que
estes, são os bens mais valiosos que possuímos.
Vamos denominar este planeta de “Terra B” em respeito ao menor, o
qual denominaremos de “Terra A”.
À “Terra A” irão os terra planistas, visto que, o planetinha
será plano, bem ao sabor dos seus futuros moradores. Embora seja de
menor dimensão, acomodará folgadamente seus habitantes; estes por
serem desprovidos de intelecto, não necessitarão do espaço para
guarda desta ausência.
Enquanto na “Terra B” tudo se acomoda, não podemos dizer o mesmo
quanto a Terra A.
Surgem os primeiros e inimagináveis problemas devido a PLANITUDE das
terras. As águas não se escoam. O cidadão apertava o botão da
descarga e, desconsolado verificava que os “tarugos”
centrifugavam na bacia e, sequer faziam menção de desalojar-se. As
águas iam acumulando-se, ao ponto de alagar toda superfície; só
proliferam as plantas aquáticas, faltará capim e gramíneas, .
Necessitam, os pobres e infelizes, utilizar-se de botas de borracha
para deslocar-se.
Nisto, surge a ideia de convocar o Guru, um tal “Eslavo do
Caralho”, para dar cabo àquela situação.
Este, prontamente, alicerçado na sua fé Judaico Cristã, invoca o
Arquiteto do Universo, clama para que Ele providencie uma
leve inclinação no tabuleiro. Alarmante, as águas já estão à
altura do pescoço.
Vagarosamente as águas vão se escoando, os súditos caem com as
caras ao chão (lamaçal) em sinal de gratidão. Surge novo problema.
Perceberam que devido a “planitude”, não poderão construir
hidrelétricas, aquelas que existiam antes da divisão estão
inativas. Ficarão no escuro. Esta, nem Ele dará cabo.
Danem-se.
Um consolo, o capim semeado dá sinais de vida. Breve aquelas
imensas planícies se transformarão numa, também, imensa invernada.
Espero que a TV “Terra A”, nos envie, através do TV Rural,
imagens daquelas imensas pastagens. Desta feita, se a sorte estiver
ao nosso favor, poderemos ver algum conhecido pastando conforme era
seu desejo.
Obs: - Isto poderá ocorrer na próxima noite - improvável – ou,
daqui alguns dias, ou daqui mil anos.
José
Carlos Piovesan - “ Mia Pouco” -