segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Que falta faz um acento !! ou um assento !!


Anúncio.

Desejamos doar nossos inestimáveis Anus.
Saudáveis, jovens, em ótimo estado.
Uma fofura!

O Interessado.

– Boa tarde.
- Adoro aves, os anus anunciados são brancos ou pretos?

Oi amiga! Vai desculpando eu, aí, tá!
Não são aves que estamos doando, são órgãos!! menina!
 esqueci o chapeuzinho sobre a letra "Â", sabe! o acento circunfrêsco.

– Vai toma no cu sua bixa do carai..

Adoroooooo!!,
Repete!!!
Alo! Alo! Repeteeeee!!!
Desligou – filha da puta -



Pai........(pra que serve?)

O Pai: utensílio dispensável.
uma desnecessidade ; quase.

O telefone toca, atendo.

Alô.
- Pai, a mãe tá aí? quero falá coela.
Chama ela, to com pressa véio.
Oi filhão, bom dia , saudades!
– Eu tamem, mãe, gostou do chocô que te mandei?
num exagera mãe! tem caminhado?
Sim meu fofo, todas as tardes.
- O véio tá aí perto? Pede prêle busca
o pneu da magrela no borrachero
e monta ele prêu.
À tarde vô aí pra dá uns rolê.
Pede prêle compra cera automotiva,
Enquanto dou rolê, ele brilha minha caranga.
Deixa comigo filhotão, mais alguma coisa?
– Por enquanto é só; faz um bilhete prêle
num esquecê a cera, beijos mama!

Nota: O acima escrito, teve como tema, um comentário gracioso
do amigo Humberto(1berto na intimidade) que reproduzo abaixo:

" É, aqui também falam muito coela. Até pra dar recado prêle, que sou eu."

                                                                               Humberto, 29/09/2019.





domingo, 8 de setembro de 2019


Assim, assim.

Tristeza não mata, também não engorda.
Sigo vivo e magro.
Tristeza não tem fim, Felicidades Sim.(*)
Segue o baile.
Falta imaginação,
Desapareceu o pouco que havia
de inspiração.
Atmosfera carregada de ódio,
dor e decepção.
Este concreto pesado,
esmaga o devaneio, a abstração.

* Trecho da Melodia de Vinicius de Morais



O passado demolidor do Futuro, edifica o Presente.

Alicerce beleza, parede manera.
Tudo da hora, brother!
Dentro, um vazio locupletado.
O Rei em seu Trono Trevoso,
ajeita a Coroa cravejada de silêncios e naftalina.
Ao canto o tonel para consumo.
200 quilos de cocaína.
O Bobo da Corte é só esperteza.
Administra e gerencia o curral.
Fustiga os colonos bestiais,
Na moral.
Generais de pijamas, aos berros,
Armados de Bordunas, Tacapes e Bodoques,
Fustigam o lombo dos mortais,
Do Chui ao Oiapoque,
De Itapevi à S. Roque.
De Ariquemes à Sinop,
De Batatais à Brodósqui,
Ao som do “Pastor Fido” de
D. Antônio Vivaldi,
Ao som da “Viela,
Rumam, coléricos à Venezuela.
O Rei falastrão, valente, anticomunista,
ao ver o Aparato que o espera,
Se cagou todo, limpou o cu com urtiga.
E disse:
Alto lá, fora de forma,
Chega de intriga. Não gosto de briga.





Placas dos Túmulos.

Jardim do descanso Eterno.
Prefiro viver cansado.
Ao percorrer as alamedas dos cemitérios,
Tenho o hábito de ler as placas.
Me entristeço ao ver fotos das crianças.
Esperançoso fico com os centenários, poucos.
Interessante aquilo que sucede aos casais.
Aquele ou aquela que ficou, morre logo depois.
Um ano, ou alguns meses após a indesejada separação.
Dai me veio essa dúvida:
Saudades daquela que ficou?
Ou,
Praga daquele que se foi?




Arranhei uma Aranha..Arre..

Tinha uma telha trincada,
No telhado da Torre
Dos Templários.
Tinha uma teia de Aranha,
Na trinca da telha trincada,
Na torre do Templo
Dos templários.
Há algum tempo.
Nos Templos...

segunda-feira, 2 de setembro de 2019


Uma noite apenas.

Noite de 27/06/2014. Durante o sono tornei-me um menino Árabe; algo parecido ao um sonho,talvez um pesadelo. Morava com meus pais e irmãos num vilarejo, cercanias de Damasco, na Síria.
Além dos meus três irmãos e uma irmã, tinha duas irmãzinhas gêmeas, adotadas por meus pais;Macaila e Raquel eram órfãs, perderam seus pais num bombardeio cerca de quatro anos passados.
Todas as tardes, meu pai Árabe, Abdullah João, costumava sentar-se na calçada frente a nossa morada. Reunia a criançada para contar estórias, tocar Alaúde e ensiná-las a cantar suas dolentes Cantigas Árabes. Elas e eles, chegavam, curvavam-se, beijavam a face de meu pai Árabe, Abdullah João. O último número musical era sempre um hino, que ele meu Árabe pai compusera e que denominava-se: Hino à Paz. Emocionante era ouvi-los em coro clamar pela Paz. Macaila e Raquel grudavam-se à túnica bege do nosso Árabe pai, cantavam, riam e, com as mãozinhas ajudavam ritmar as canções. Vez ou outra nossa mãe, Mercedes Sara Al Sader comparecia tendo ao colo meu irmãozinho Árabe, Isar Edu Abdullah. Isar, alegre, batia palminhas e cantava usando sua linguagem universal, gu...gu..gu.. em Árabe. A garotada toda ria; Isar franzia a testa e fazia biquinho; Macaila e Raquel levantavam-se e cobriam-no de beijos e afagos, davam vivas ao irmãozinho; Isar sorria e batia palminhas.
Após cantar o Hino à Paz, um a um, despediam-se, curvando-se e beijando a face do meu Árabe Pai.
Abdullah João beijava-lhes as mãozinhas dizendo-lhes: Vão em Paz.
Eu e meus irmãos nos recolhíamos acompanhados de nossa mãe. Lá nos fundos da nossa morada,fazíamos nossos deveres escolares, enquanto aguardávamos o jantar.
Macaila e Raquel tomavam o pai Abdullah João pelas mãos, e coladas à sua túnica bege iam à saleta que dá para a rua. Mal Abdullah sentava-se, elas engarupavam em seus joelhos e pediam pro cavalinho trotar; Riam, seus cabelos negros se agitavam no ar ao galope do fogoso Alazão Árabe e, assim em suas inocentes fantasias cavalgavam pelas planícies e colinas Árabes da Síria. Em Árabe emitiam: pocotó..pocotó..pocotó...(universal). Pai Abdullah João ria alegre e murmurava: é uma bênção...é uma dádiva..é..
Nos fundos onde estávamos ouvimos sirenes seguidas de explosões; eram distantes, não nos alarmamos.
Nossa mãe pedia fizéssemos silêncio e que ficássemos calmos; estávamos habituados aos bombardeios diários nos arredores. Agora notamos que bombas caem nas proximidades, uma, duas, silêncio; mais sirenes.
Intensificam-se os tiroteios, rajadas de metralhadoras; forte explosão na esquina da nossa rua; ouvimos gritos, choros e pedidos de socorro. Abrigamo-nos sob a mesa da cozinha, agarrados à saia de nossa mãe; choramos.
Ela pede calma. Uma bomba atinge a frente da nossa casa, tudo se esboroa à nossa volta. Gritamos por nosso pai e as meninas; em vão, não respondem. Os bombardeios intensificam-se, nada podemos, a morte avizinha-se de nós. Mais bombas caem nas proximidades. Aos poucos diminuem de intensidade. Agora apenas algumas rajadas das nossas forças de resistência. Sirenes e mais sirenes das ambulâncias, gritos, choros, gemidos e lamentos; verdadeiro horror. Nossa mãe nos dá água com açúcar, tudo faz para tranquilizar-nos dizendo que o pior já passou.
Nesse instante meu irmão mais novo Moisés João nos alertou: E o Papai?
Minha irmã Dalila AL Sader gritou: e Macaila, Raquel, vamos procurá-las!
Caminhamos com dificuldade em meios aos escombros. Chegamos até a saleta que dá para a rua, justamente a área mais atingida. Em meio aos escombros semi soterrados estavam os três; mortos.
Meu pai Abdullah, recostado a uma pilastra de concreto, tinha um corte profundo na testa, seu turbante todo ensanguentado; estava com um dos braços erguido e segurando o Alaúde como se quisesse preservá-lo.
Macaila repousava de bruços, agarrada à túnica bege de meu pai. Raquel estava de costas sobre o peito de meu Árabe pai João Abdullah; de seus lábios um filete de sangue escorria.
Meu irmãozinho do meio, Giba Gibran Efraim, perguntou: Elas caíram do cavalinho? Sim, disse nossa mãe. As lágrimas intensificaram-se.
Edu Isar ao colo, com os dedinhos tecia caracóis nos negros cabelos de nossa Árabe mãe Mercedes Al Sader.
Nossa mãe em lágrimas orou perguntando: Que mal fizeram eles? Porque? Até quando?
Tomei o Alaúde em minhas mãos. Retirei a mensagem que meu pai havia colocado em seu bojo, a qual vos descrevo a seguir:
““Abdullah José, sangue do meu sangue Árabe, meu primogênito, cabe a ti continuar a tarefa que iniciei junto aos demais companheiros. Propague a Paz, ensine as crianças lutar pela Paz. Faça despertar nelas o amor à Música, à Natureza, aos Animas e Amar seus Semelhantes. Transmita a elas os ensinamentos que nossos antepassados receberam à milhares de anos, minutos antes de a grande Nave decolar. Ou Seja:
Buda, Crisna, Jesus, Maomé, Ataualpa e demais, são todos filhos do mesmo Deus. ””

NOTA:- Analistas disseram que o ataque à casa de Abdullah João não foi acidental. E sim, foi minuciosamente planejado com a finalidade de eliminá-lo, assim como vários de seus seguidores e companheiros.

Eram quatro horas da madrugada de 28/06/2014, acordei sobressaltado. Meu coração palpitava Ocidental.
Percebi que havia lágrimas em meus olhos; chorei em Árabe. Um choro de dor e impotência. Impotência pela incapacidade de nada poder fazer pelas mulheres e crianças inocentes, Árabes ou não, vítimas das guerras sangrentas. Vítimas do fanatismo que viceja na mente desses monstros psicopatas, cruéis e sanguinários.
Fica decretado, parágrafo único:
1 - Onde houver crianças é proibido fazer guerras.
Revogam-se as disposições em contrário.

Jc.........12/07/2014



Trisàvolo / Bisnonno / Nonno.

Que se passou Trisàvollo Giuseppe? Por que deixaste a bela região de Veneza? E vieste embrenhar-se nesta terra onde canta o sabiá? Por que?
Imagino que era seu intento dar uma voltinha pelo Atlântico, no majestoso navio Cenício e depois retornar à sua Itália. – saibas que vi uma foto dele, o Cenício, recentemente, e fiquei um bom tempo lendo e contemplando aquele letreiro enorme la no mastro, sim eu li, estava escrito Cenício, o navio que trouxe meu Trisàvolo - .
Me foi contado que o Cenício zarpou do porto de Gênova chegando ao porto de Santos em fevereiro de 1885, e não´sei por onde andaram até Agosto de 1885, sei que neste mês de Agosto, consta a aquisição do sítio no Bairro dos Alves, pertinho de Monte Alegra do Sul. Sabe Trisàvollo Giusepe, estive com minha mãe Mercedes em Agosto de 1985, lá naquela montanha, nos reunimos para comemorar o centenário da sua chegada ao sítio Santa Cecília ( homenagem a Trisàvolla Cecília). Por tratar-se de mais um churrasco não me ative aos detalhes, o que acho uma infâmia; mas prometo pra breve, ir até lá, e até fotografar vossa antiga residência e, demais dependências. Um Daolio, seu descendente é o proprietário do sítio, pelo que eu saiba é filho de Duílio, filho de Horácio, Filho de Ovídeo, portanto bisneto de seu filho Ovídeo. Pena ter perdido tantos detalhes desta história tão bela. Fico imaginando como descrever daqui em diante. São tantas as façanhas desta família, que seria matéria para um livro, quiça um filme.
Minha mãe Mercedes, contou-me que o senhor dizia: - Quando enviuvar-me da “mia” bela Cecília, volto pra Itália. E não é que o senhor cumpriu a palavra! Foi só a trisàvolla Cecilia falecer, o senhor fez a mala e embarcou no porto de Santos; iria rever sua filha que não veio ao Brasil e outros mais, mas o destino assim não quis Trisàvollo Giuseppe: você faleceu, e seu corpo foi lançado ao mar, imagino que por ser o homem valoroso e obstinado, não seria justo sepultá-lo num túmulo qualquer e, para render-lhe justo tributo, deram-lhe como túmulo, o Oceano Atlântico todinho.
Me foi dito que sua maleta chegou à Itália tempos depois.
Após narrar sua morte, meu Trisàvollo, retorno ao início, assim o fiz, porque não aprecio fazer suspense, perdoa-me.
Sei que trouxeste além da Trisàvolla Cecília, seus dois filhos e seis netos. Minha mãe tinha profunda admiração pelo seu filho mais velho chamado Ovídeo, ela sempre dizia com extremo carinho, que seu tio Ovídeo (dela) era um gênio, tinha solução para todo problema que surgisse. Seu outro filho era meu Bisnonno Giusto, casado com minha Bisnonna Lúcia traziam dois filhos: meu Tiononno Tranquilo e meu Nonno Ítalo.
Segundo minha informante, (mãe Mercedes) Nonno Ítalo era um bebezinho de colo e que na Itália havia sido batizado como Antônio, quiça Ítalo, aqui, para reforçar a Italianidade, sei lá.
Ah! Trisàvollo Giuseppe, por que não ficaste na Itália? Embora hoje, não esteja ela, boa das “botas”, deve estar melhor que aqui. Imagino eu nascido lá; saberia falar Italiano, aqui só aprendi incorretamente uns poucos palavrões. Procure acompanhar-me, tenho certeza que dar-me-á razão. Como bom Italiano, eu deveria chamar-me Giuseppe como tu, e como praticante do Cálcio, certamente eu seria reserva do astro Gigi Riva na ponta esquerda da Azzurra, em 1970, na copa do mundo no México; e porque não sonhar mais, vencer as feras que João Saldanha amoldara. E que feras? Eram: Félix, Carlos Alberto, Brito, Piázza, Everaldo, Clodoaldo, Gérson, Rivelino, Jairzinho, Tostão e Pelé; outras tantas estavam no banco, na ponta dos cascos.
E após o apito final, eu junto aos companheiros , daríamos a volta Olímpica no Estádio Jalisco, sob aplausos, e eu ergueria o “Scudetto” bem alto, dizendo: Aceita este troféu meu querido Trisàvollo Giuseppe, ele lhe pertence, sou oriundo de ti, esta vitória e fruto da vossa existência e intervenção. (porca miséria).
E depois de conquistar o “Scudetto”, regressaria à bela Itália e receberia todas as homenagens daqueles conterrâneos. Depois, certamente, visitaria seu túmulo deixando-lhe uma réplica do “scudetto”, mais um lindo buquê de Rosas vermelhas.
Em seguida comunicaria ao grande cineasta Carlo Ponti, meu desagrado em vê-lo aproximar-se da bela Sofia Loren. Antes de viajar ao México, eu e Sofia sacramentamos um acordo matrimonial, caso ganhasse a copa. Sabe Trisàvollo, tu deve ter visto aquela freira que deu-me um beijo, logo que deixei o avião? Era a bela Sofia disfarçada, por motivos óbvios.
Imagina Trisàvollo, para sua glória, os lindos bambinos e bambinas, frutos de um pai tão belo com a belíssima ex-atriz; sim ela deixaria a carreira para cuidar da casa em nome deste grande amor.
Trisàvolo o primogênito desta união, em sua homenagem, chamar-se-ia Giuseppe Quinto.
Paciência, o senhor quis vir pro Brasil, - Brasile, Brasile, porca pipa -.
Em tempo Trisàvolo, com Pelé não há quem possa, a copa do mundo e nossa.
Que bom Trisàvollo, bom que o senhor tenha vindo pro Brasil, valeu Trisàvollo, até qualquer hora.
Bota a mão na Taça Trisàvollo, sim, pertence a ti também, dedico-lhe querido Trisàvollo Giuseppe.