Aconteceu
por acaso (sera mesmo?). Há uns dois meses eu socorri o Xodozinho (é
um indivíduo da espécie Rabo-branco-rubro, mas acho o nome pomposo
demais) salvando-o de um ataque de um beija-flor maior que o agarrou,
sacudiu e largou inerte no chão quando me aproximei. Acho que ele se
fingiu de morto; peguei-o e levei-o para se alimentar de água com
açúcar; assim que se agitou, soltei-o. A partir daí, coincidência
ou não, ele me procura para defendê-lo dos demais beija-flores
enquanto se alimenta nos bebedouros. A gente vem se entendendo
bem; quando ele me procura (é fácil de perceber, tem um zumbido das
asas bem mais agudo que os demais) eu aponto um bebedouro, vou para
lá, e ele me acompanha e agradece a defesa; são momentos de magia,
não sei o quanto vai durar. O admirável é ver como um ser tão
pequeno tem esse grau de compreensão. Não sei se essa história
inverossímel merece ir para o blog.
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Pita - Pitáia - Pitar
Tamo
enrolado.
Extranho esse Estanho.
A cobra não cobra,
pica.
O sabre não sabe.
O pinto pia, alguns
não;
Sequer tornam-se
galos.
A Pita não pita,
A Pitáia também não.
Eu pito.
Tem Aia que pita.
O Trem não pita,
apita.
Não apita mais,
apitava.
Buzina feito tomove.
O pobre corre atrás
do cobre.
O rico de ouro se
cobre.
Inda bem que não sou
pobre !
Ihhh! e não sou rico.
Não sou dourado, nem
adorado,
Não tenho cobre.
O ouro não me cobre.
Então sou pobre.
Ou...
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Aromas e Lesões.
Saneamento
pra lá de Básico.
Local e
Período:- Área Rural cerca de 50 anos passados.
Não existiam
banheiros, instalações sanitárias e papel higiênico.
Fazia-se
no matinho atrás das moitas; se num piquete de porcos , só trepando
numa
árvore. A limpeza era feita usando sabugos de milho e folhas de
arbustos.
Podia
ser folha de couve, arnica, arruda etc.etc. Jornal era luxo.
Banho só
nos fins de semana em bacias. No verão, os homens, tinham o previlé-
gio de
banhar-se nos córregos e lagos.
É fácil
imaginar os odores. Uma mistura de suor com aroma das folhas, mais os
fragmentos de fezes.
Alguns,
exalavam um cheiro de couve salgada, outros arnica azeda, ou arruda
esmer-
deada, e
muitos merda mesmo.
Sucede
que o sujeito está pescando. A noite é escura e ele se sente
precisado. Arreia as
calças
e se alivia. Na escuridão, tateando, colhe folhas e se higieniza o
melhor possível.
Ocorre
que nas margens dos rios proliferam as urtigas. O infeliz se utiliza
delas, e do ar-
dume se
lembrará por vários dias.
Seu odor
será um misto de cabelo queimado, carne mal passada e pomada
Minancora.
Numa
roda de prosa ele insistirá prosear em pé.
Pode-se
afirmar sem rodeios, sem rapa-pés, no popular.
Esse
cara limpou o cu com urtiga.
jc.........21/07/2013.
sábado, 10 de agosto de 2013
Haromnia Rural
Haromnia Rural.
( Batizado por José Carlos Guireli ).
Privados de audição,
ou não.
Eu pelo menos não
mais ouço:
“ As Vozes da
Primavera ”.
Sequer o chilrear das
“ Andorinhas da
Austria”.
Nem mesmo o “
Imperador” (*)
Narrando-nos docemente
“ Contos dos
Bosques de Viena”.
Resta-nos um consolo:
Deslizar suave nas
águas
Do belo “ Danúbio
Azul “.
Tendo ou não:
“ Vinho, Mulher e
Canção”.
Aromas das “
Rosas do Sul ”.
Murmuro baixinho
então,
Só pra mim mesmo.
Um trecho encantado,
doce,
Terno, profundo e
misterioso,
Uma sequência de
notas que
Povoam os compassos da
Belíssima “
Valsa do Tesouro”.
Agora aqui no meu
Rural,
Me enamoro da Lua cor
de Prata.
Não mais ouço “
Luar do Sertão”,
Beleza, Poesia. Obra
prima
Do nosso Catulo da
Paixão.
Aqui me rendo à outro
compatriota,
Meu, Seu. Nosso
Zéquinha de Abreu.
Não mais ouço “
Branca”.
No meu quintal, os
tico-ticos.
No meu coração o “
Tico-tico no Fubá ”.
Tô lascado.
Desculpe......
Surdo, quis dizer,
digo....
(*) Obras que
ostentam esse título:
1 - “ Valsa do
Imperador” - de Strauss Jr.
2 – Cocêrto num.
5 para Piano e orquestra.
“ O Imperador”
- de Beethoven.
jc...........09/08/2013......23:10hs.
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Dúvida
Não
duvides.
No meio do céu tem
uma Estrela.
Tem uma Estrela no
meio do céu.
No meio das manhãs
tem um Sol.
Tem um Sol no meio das
manhãs.
Agora, no meio da
vida, tenho dois filhos.
Tenho dois filhos, no
meio do meu agora.
À minha frente tem um
espelho.
Tem um espelho à
minha frente.
No meio do mundo e no
meu meio,
Tem canalhas,
bandidos, corruptos, etc.
Tem uma nuvem no meio
do meu tudo.
No meio do meu tudo
tem uma dúvida.
Eu não tenho nada.
Sou um nada.
Ah ! Sim, tenho um
dúvida, e me basta.
É o bastante, mas
nado, quase nada.
No meio da dúvida tem
um eu, eu...
Duvidoso.
jc................04/08/2013. (
18:40 hs. )
domingo, 4 de agosto de 2013
UM
HOSPITALEIRO
CONHECI
UM SENHÔ QUE PRECONCEITO NÃO TINHA
TODA
TARDE ATENDIA NO BALCÃO DA VENDA
MULHER
DA VIDA COMO SE DIZIA,
CACHACEIRO
CONHECEDÔ DE BOA PINGA,
BEATAS
DO PADRE, IRMÃS DE MARIA
FREIRA
E ANJOS
ANDARILHOS:
DONO DA FERROVIA,
UMA
RAINHA QUE DE VEZ ENQUANDO VINHA
NO
VESPERTINO... ASSUSTAR AS CRIANCINHAS.
CONHECI
UM SENHÔ QUE VIVIA DE VONTADE
TRAZIA
DESDE O SAL DO MAR A PEÕES DE BRINQUEDO,
ABATIA
ALGUNS ANIMAIS,
OUTROS
SUSTENTAVAM COM DOCE ENERGIA,
CURAVAM
TANTOS OUTROS PRA SERVIR A GALOPE
PARTEIRAS,
MÉDICOS E BENZEDEIRAS;
AGRADECIA
A TELEFONIA, NOTICIAS DISTRIBUIA
QUANDO
NECESSÁRIO CAIXÃO INFANTIL PRODUZIA,
SUA
PATROA SOLIDÁRIA O ENFEITAVA ...E M LÁGRIMAS .
CONHECI
UM SENHÔ QUE SE PUNHA EM VIGÍLIA
FILHOS,
ANIMAIS E TELEFONISTA,
RUGIA
NA MAGRUGADA,
TRAZIA
LEITE QUENTE PRA ADOÇAR AS BOCAS
DE
MENINOS QUE DE OLHOS FECHADOS
SONHAVAM
ESTANDO HOMENS
PREPARAVA
ANIMAIS, PRA CAMINHADA
FELIZ
OU TRISTE COM MEDO E FANTASIA
O
SENHÔ NA ESPREITA FICAVA.
CONHECI
UM SENHÔ QUE NUNCA DUVIDAVA
ALIMENTAVA
VIAJANTES E MULHERES DA REZA
DE
MANHÃ SE ABRIA EM CANÇÕES DA ÉPOCA,
DE
TARDE SE FECHAVA EM MANUSCRITOS,
DE
NOITE ENCHIA FAMINTOS DE PROSA E VERSO
ANTES
DE DORMIR, BANHAVA-SE DE CANSAÇO
COBRIA
FILHOS ...
ENTRAVA
NA CALADA DA NOITE,
AMAVA
NA TRANQUILIDADE.
CONHECI
UM SENHÔ QUE APROVEITAVA
O
TEMPO PRA ESCRITA ENSINAR,
DE
CARTAS EXISTIA
SOLICITAÇÃO
FAZIA
PRA
GOVERNANTES E PAPAS
CONHECI
TÃO POUCO ESSE SENHÔ,
QUE
VIVO DE SAUDADE E CAUSOS DE QUEM O CONHECEU,
A
HERANÇA QUE TRAGO EM VISITAS QUE FAÇO;
É
QUE O SENHÔ ENCHIA COROTE E PICUÁ TODO DIA,
CONTA?!
- SÓ UMA VEZ POR ANO FAZIA,
E
SE NA COLHEITA NÃO CONSEGUIA AJUDAR, NEM CONTA EXISTIA.
CONHECI
UM SENHÔ QUE DE JUSTIÇA VIVIA,
CUIDAVA
DA FAMILIA E DE TODOS QUE CONHECIA,
SEU
NOME JUSTO ATÉ HOJE EM MINHA VIDA.
Poema de Rosa Maria Daolio - ( minha prima )
Publicação devidamente autorizada.
Assinar:
Postagens (Atom)