quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Aromas e Lesões.

      Saneamento pra lá de Básico.

Local e Período:- Área Rural cerca de 50 anos passados.

Não existiam banheiros, instalações sanitárias e papel higiênico.
Fazia-se no matinho atrás das moitas; se num piquete de porcos , só trepando
numa árvore. A limpeza era feita usando sabugos de milho e folhas de arbustos.
Podia ser folha de couve, arnica, arruda etc.etc. Jornal era luxo.
Banho só nos fins de semana em bacias. No verão, os homens, tinham o previlé-
gio de banhar-se nos córregos e lagos.
É fácil imaginar os odores. Uma mistura de suor com aroma das folhas, mais os
fragmentos de fezes.
Alguns, exalavam um cheiro de couve salgada, outros arnica azeda, ou arruda esmer-
deada, e muitos merda mesmo.
Sucede que o sujeito está pescando. A noite é escura e ele se sente precisado. Arreia as
calças e se alivia. Na escuridão, tateando, colhe folhas e se higieniza o melhor possível.
Ocorre que nas margens dos rios proliferam as urtigas. O infeliz se utiliza delas, e do ar-
dume se lembrará por vários dias.
Seu odor será um misto de cabelo queimado, carne mal passada e pomada Minancora.
Numa roda de prosa ele insistirá prosear em pé.
Pode-se afirmar sem rodeios, sem rapa-pés, no popular.
Esse cara limpou o cu com urtiga.

                                                                         jc.........21/07/2013.

Um comentário:

  1. Pio,

    Falei do poema para o meu neto e filho e nora aqui.
    Nem sabiam disso, tinha também o capim gordura.
    Belo poema.
    Abraços

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