Nota
de falecimento. ( com pesar que o fazemos)
Adoeceu em fins de Outubro, deu o último suspiro, no início de
2019.
Estava no vigor da sua juventude. Era forte, grande, belo e muito
rico.
Possuía a maior costa marítima, enorme floresta Tropical, grande
quantidade de água doce, fauna e flora invejáveis, em suas
entranhas, muitos minérios e minerais; daí cobiçado e invejado.
Nunca teve terremotos, embora houvesse motivos para tê-los, pois,
perdeu a copa do mundo em 1950 para o Uruguai, em pleno Maracanã. E
tsunamis? Jamais! Nem mesmo quando Jô Soares pulava de barriga nas
águas do Arpoador. Um vulcãozinho? ao menos, nem que fosse
subdesenvolvido! - nada de vulcão -
Pero Vaz Caminha, em 1500, escreveu: Em se plantando, aqui, tudo dá.
- verdade, incrível -.
Daí, vieram as profecias alvissareiras, ao ponto de se dizer que
aqui, surgiria um povo tão bom, que redimiria todos os pecados do
Universo; e veio o povo, o povo veio cheio de pecados.
O jovem acreditou, paciente, aguardou o ressurgimento dos novos
“escolhidos”; em vão.
Caiu em profunda tristeza e melancolia, definhou, faliram seus órgãos
vitais e, antes do esperado veio a óbito.
O povo bom não compareceu ao velório, desdenhou do falecido,
enquanto os demais, em nome do “Senhor”, tementes a Deus, munidos
de pás e picaretas, às suas imagens, cavaram a sepultura.
Depois, seguindo o ritual, vieram políticos insanos, com os pés,
rolaram o morto buraco adentro.
A seguir adentraram ao picadeiro os togados, festivamente rasgaram, o
maior número de volumes da Constituição de 1988, atirando a
papelada sobre o cadáver e, utilizando-se dos membros inferiores –
patas – cobriram-no de terra.
Finalizando a bisonha liturgia, militares desfilaram ao som da marcha
fúnebre de Chopim, e obedecendo comandos marcavam passo – 1,2 /
1,2 - sobre a sepultura, com o firme propósito de compactar e vedar
o recinto onde repousará para todo o sempre, o mais belo e dileto
filho de Cristóvão Colombo / Américo Vespúcio / Cabral.