Paisagem.
Cidade do Lago
O
Lago é extenso, profundo e largo.
Todo
seu entorno é tomado pelo bosque.
Estradinhas
estreitas e sinuosas
ocupadas
por caminhantes ao largo.
Após
a última árvore, ao norte,
surge
centenária capelinha branca,
com
seu singelo e aprazível largo.
Sob
cada árvore um banco.
Sobre
cada banco uma árvore.
E
ali, gentes como a gente, sentadas,
observam
as gentes que vão e que vem.
E
ali, gente como a gente, percebe que
até
a vida da gente anda passando.
Na
plaquinha situada no poste a identidade:
“
Largo da Capela ”.
Atrás
da capelinha, outro aconchegante largo.
Ali,
um parquinho infantil.
Enquanto
a meninada se esbalda,
certos
idosos veem naqueles brinquedos,
caminhos
que os reconduzem à infância distante.
Alguns
até, tomam de seus espelhos e, admiram
suas
faces sem rugas, seus cabelos volumosos e sedosos.
Riem,
riem.
Depois
leem, mais uma vez, a plaquinha no poste,
atrás
da centenária capelinha branca.
“
Largo da Capela do Lago”.
E se
questionam – até quando?-
Não
importa, nada importa.
Outros
virão.
Gente
como a gente, sempre passará.
A
capelinha estará sempre no mesmo lugar.
Testemunhará
ao nosso favor.
Jc 13/10/2020 Mia Pouco