sexta-feira, 23 de março de 2018

Meu Velório.


Antonte fui visitar meu velório.
Tava micho.
Num tinha ninguém
Num tinha vela acendida
A viúva tava as prosa
Co véio Libório, aquele
Que roba na medida e no peso.
Só num roba,
Quando distante do empório.
O caxão tava lacrado
Num consegui ve o finado.
Desisti.
Vo simbora pra casa
Esperá a hora do enterro.
Alguém deve avisar-me.
Se ninguém avisá,
É sinar que ainda não morri.

Minhas águas de Março, com sua permissão poeta Tom Jobin


          XIX de Março de MMXVIII.

A muié alarmada disse:
Ocê vai lá pra baixo sozinho? Ligar a Draga?
E acrescentou:- É dia de S. José, você deveria Rezar, ir à Missa!! -
Resp:-Não estarei só, muitos anjinhos estarão à minha volta, o Senhor estará no alto sobre minha cabeça, e o tinhoso sob meus pés, ao rés do chão.

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1 - À minha volta,
o bando de Saguis comendo bananas.

2 - No alto sobre a minha cabeça,
as Aves do Céu.

3 - Ao rés do chão,
as Lava-pés, alguma Jararaca, Dorme-dorme, Coral, etc.

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1a - À minha volta,
lembrança da febre amarela.

2a – No alto sobre minha cabeça,
as cusparadas certeiras (ploft).

3a – Ao rés do chão,
ardume, coceira e a picada fatal.


sábado, 10 de março de 2018

A prescrição ocorreu em 8 ou 9 de Março de 2018 - Se em 8, homenagem às mulheres qua...qua...qua


Minha terra tem Palmeiras
Onde choram os Sabiás.

O que acontece nesta terra?
Vejam:
À jato prescreveu,
Mais um lava jato do Serra.
Não sei o que acontece!
A coisa não vai, não anda.
Prescreve e emperra.
Apesar de tudo isto afirmo:
Se a serra do Serra não serra,
O Serra não sobe a serra
Muito menos ao Cerrado.

Por que choras meu Sabiá?
Quem chora sou eu.
Sabiá foi feito pra cantar.
Vamos de dupla:
Ocê canta e eu choro
Ocê chora e eu canto
Ocê na arve
eu no meu canto.


Pra não dizer que não falei das Flores


Diz aí Mestre Dorival Caymmi.
- Saravá meu Pai.

Eu não tenho onde morar. 
É por isso que eu moro na areia.

Legal Dorival!!

Maria mora com as “outras”.
Quem paga o quarto sou eu.
Legal Dorival!!

Eu não tenho onde morar
Aqui no Distrito Federal.
Sou político profissional.
Me reúno com os “outros” no Congresso Nacional.
E você paga meu aluguel, eleitor boçal.
( Maria mora com as “outras” ).
Boçal!

Todo mundo mora direito
Quem mora torto Sou eu.
Legal Dorival!!

Sou Juiz Federal.
Todo mundo mora torto
Quem mora direito sou eu.
Julgo minha própria mordomia.
E você paga meu auxílio-moradia.
Você não usa toga, boçal.
Molambento favelado da periferia.
Boçal!

Nos penicos do Congresso Nacional, escórias da sociedade, elaboram os emaranhados.
No Judiciário, a casta de toga, zela para que se cumpram.

Marcha soldado, cabeça de papel
Quem não marchar direito
Vai preso pro Quartel.