sexta-feira, 23 de março de 2018

Meu Velório.


Antonte fui visitar meu velório.
Tava micho.
Num tinha ninguém
Num tinha vela acendida
A viúva tava as prosa
Co véio Libório, aquele
Que roba na medida e no peso.
Só num roba,
Quando distante do empório.
O caxão tava lacrado
Num consegui ve o finado.
Desisti.
Vo simbora pra casa
Esperá a hora do enterro.
Alguém deve avisar-me.
Se ninguém avisá,
É sinar que ainda não morri.

2 comentários:

  1. Gosto de futucar esse assunto de bafunto, que nada tem de funesto (a morte, nossa única certeza!); e lá na minha terrinha, coincidência ou não, o mais notório provedor de urnas (tirador de medidas, pesos e preços) tinha o sobrenome de Libório. Mas, se não há mal em pensar no assunto, é reconfortante saber que a data é incerta e com sorte, distante! Jonas.

    ResponderExcluir