sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Não Vinha

 


                        Não ia e não vinha - Ficava -.


Eu não era eu e nem era o outro, não era suficiente estúpido nem tresloucado douto. Eu não

vinha e nem ia.

Eu ficava.

Ficava sabendo que não iria quando já tinha ido. Desesperado afagava o cachorro que de leve,

sem aviso, me havia mordido, sem antes enviar-me um alarmante latido. Teria eu, uma

chance, teria eu, fugido, corrido logo após o primeiro latido, desde que meu surdo ouvido, não

me houvesse traído, ocultando de mim o som do latido. É por isso, e, em vista disso, que

vulgarmente dizem por aí à fora..


Temos fudido.


- Eu não me atrevo, nunca digo:

 temos fudido.

                                          09/12/2023 Mia Pouco, miando antes que cheguem os Croatas

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