terça-feira, 29 de agosto de 2017

Brincadeiras de roda - 27/08/2017

                          Ciranda.

Ciranda Cirandinha / Vamos todos cirandar / Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar / O Anel que tu me destes / Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas / Era pouco e se acabou / Por isso dona Rosa
Entre dentro desta roda / Diga um verso bem bonito /
Diga adeus e vá se embora.
Não sei explicar a causa, mas nesta noite que passou, lembrei das praças públicas dos anos 60/70. No início da noite, ficavam repletas de jovens. As moças, e quase todas eram - algo difícil de ser afirmar hoje - ficavam girando pelas bordas da praça, enquanto os moços, poucos ainda eram, a maioria já havia feito várias trocas de óleo, circulavam em sentido contrário, e isto os/as auxiliava na visualização frontal. Pelo fato de residir no mato, área rural, minha presença nestas floridas praças, deixou muito a desejar, mesmo assim, ouso registrar aquilo que ficou retido e represado em minha memória; Enumero a seguir, cidades e logradouros cujos nomes, podem conter enganos:
Amparo. O “footing” se dava na Rua 13 de Maio, os moços ficavam nas portas dos estabelecimentos, nos bares e no meio da Rua, enquanto as moças caminhavam pelas calçadas e creio que faziam o retorno na esquina da Av. Capitão Miranda e no outro extremo, na esquina onde havia, de um lado o Grêmio Recreativo e noutro o Clube Oito, ambos frente a pracinha e lindo jardim que adorna a Igreja Matriz Nossa Senhora do Amparo.
Piracicaba. Havia e ainda há, uma enorme e bela praça e que uma rua divide-a em duas partes, pelo que me consta, chama-se Praça José Bonifácio. O “footing” ocorria na parte que situa-se frente a Matriz ou Catedral de Santo Antônio. Os bancos da praça eram disputados pelas moças e moços que ainda não tinham ouvido Geraldo Vandré dizer: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Circundando a praça haviam, os bares e seus aromáticos cafés, o Cine Politeama, onde aos 16 anos, pela primeira vez, meus colegas ajudaram-me assistir um filme proibido para menores, protagonizado pela inesquecível Brigite Bardot; hoje, aquele filme poderia ser exibido numa creche, e se perguntássemos aos pequenos eles diriam: careta, água com açucar, prefiro a novela das “deis”.
Campinas. Mesmo residindo por aqui, não lembro-me o nome da praça, ela é conhecida como largo do Rosário - a memória popular se sobrepôs à nomenclatura oficial -. Nos anos 50, nesta praça, havia a Igreja do Rosário, a qual foi demolida para o alargamento da Avenida Francisco Glicério. O largo do Rosário é de grandes dimensões e também a exemplo de “Pira” é dividido em duas partes. O “footing” acontecia na parte que fica frente ao antigo Palácio da Justiça, Palácio este transferido para dois bairros periféricos, não sei se por excesso de injustiça, parcialidade judicial ou paupérrima justiça; na dúvida perguntemos aos nossos Ministros, cujos nomes é bom omitir, mas tenho a certeza, você lembrou-se deles, vários deles, neste exato momento, e certamente não foi pelo virtuosismo dos mesmos.
O pior é que você, se é que conseguiste chegar até aqui, pode estar se perguntando: Este maluco não iria descrever os “footings”?
Respondo: O “footing” acabou minha cara, meu caro, não sei quando e nem como, sumiu. Àquela época, por volta das vinte e duas horas as praças, aos poucos iam esvaziando-se, esvaziando-se até que restassem apenas os Boêmios, os apreciadores das Madrugadas, os Gatos e os Guardas Noturnos com suas bicicletas e seus apitos. Hoje, ficamos todos em nossas jaulas até terminar a penúltima novela, e só após estas obras-primas, partimos para as Baladas, os Bailes Funks, Rodeios e sabe se lá quantas outras formas de destruição estão vindo por aí, tudo principiando quando seria a hora de encerrar-se. Alguns se encerram nestas noitadas, enquanto a maioria vai aos poucos, devagarinho, bem devagar, mais vai.


Nenhum comentário:

Postar um comentário