quarta-feira, 4 de outubro de 2017

O Lobo perde o pelo, mas não perde o vício, assim como certos velhos mentirosos.

Cabrito Montês.

Leio, muito tenho lido.
De coisas que não entendo,
de coisas que não lido.
Creio em tudo e de tudo duvido.
Leio, muito tenho lido.
Fazer o que?
Dos sons estou privado,
Falha-me o ouvido.
Dos cinco que possuía,
Só me restam quatro sentidos.
Caminho, trabalho,
Salto qual um cabrito montês.(*)
Peço-lhe desculpas se não
avisá-lo do salto derradeiro,
O salto da última vez.
No Adeus
do cabrito montês.

* - menos, menos -


Um comentário:

  1. Muito tocante e inspirado esse poema. Trata das perdas pelo caminho rumo nossa única certeza com tanta leveza!!! Jonas.

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